quarta-feira, 28 de julho de 2010

Memórias vagas de um cachorro qualquer

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Não me lembro de onde vim. E nem sei como fui parar na casa daquelas pessoas que por motivos ainda desconhecidos por mim,me adotaram e ate coloram um nome. Na casa onde morava havia muitas coisas estranhas. Uma delas era o fato das  pessoas sempre estavam andando . isso sempre me intrigara. Nunca paravam no mesmo lugar. Era como se elas precisassem  se deslocar para algum canto para poderem respirar. Eu mesmo adorava ficar no meu cantinho reservado perto da garagem, mas vez e  outra me encostava no sofá e ficava vendo aquelas pessoas  com seus pequenos eventos cotidianos corriqueiros ou simplesmente uma  pessoa passava a mão na minha cabeça ,( não sei por que ) mas  adorava quando isso acontecia.

 Lembro também que antes me chamavam de filhote. Depois de   alguns meses já diziam que era o meninão da família. Uma vez por semana,  passeávamos no parque da cidade . Adorava correr pela grama e demarca o meu território numa caixa de alumínio que varias pessoas iam para comprar uma coisa chamada de côco. Apesar de adorar fazer aquilo, sempre levava bronca da minha família e quando isso acontecia,eu  corria para o lago do parque para ver a água e os patos . A água me acalmava.


Se tinha uma coisa que gostava mesmo alem de passear era morder sapatos. Já perdi a conta de quantos sapatos eu já tinha mordido. Mas acho que eu era o único que gostava disso, pois o resto das pessoas sempre estavam brigando comigo quando eu estava com um sapato. Eles deveriam gostar mais de sapatos como eu,assim ficariam mais felizes. Nunca consegui entender de onde vinha tanta tristeza daquelas pessoas. Vez e outra eu estava  fazendo companhia a alguém, tentando saber de onde vinham aquelas águas que saiam dos olhos deles.

 Um dia já não conseguia correr como antes. Minha visão também estava começando a ficar debilitada. Certa vez um velho cachorro me falou que quando isso acontecesse era sinal de que o tempo de partir estava próximo. Confesso que na época não prestei muita atenção ao que ele tinha dito. Mas aos poucos notei que as pessoas da casa já não me procuravam para brincar com a mesma freqüência de antes. Isso me deixou mais abatido ainda. Ate que um dia uma criança que nunca tinha visto se aproximou de mim. Pegou nas minhas orelhas e começou a me molha com aquelas gotas que saem dos olhos. So naquele momento entendi o que sigficava. Partir no dia seguinte, mas dizem que vida de animal nunca se esquece ne? Vez e outra ainda ouve-se gritos de pessoas em busca de sapatos e  meias perdidas ou águas dos olhos de alguém  com seus cachorros por ai.

6 comentários:

Yasmin Silveira disse...

Lindo e comovente... Uma bela história, parabens!

http://orasbolotas.blogspot.com/

Camila Monteiro disse...

Nossa!!! Eu to abobalhada com esse post! Que coisa mais linda!!!! amei demias!!!

Vim te fazer um convite mas esse post tirou minhas palavras. Lindo memso... mas vamos la

entao, da uma passadinha no meu blog, tem um post legal que gostaria que bombasse, convidei uma pessoa importante para visitar meu blog e é relacionado ao post!!! Se puder me da uma força la!

beijao

Luiz Scalercio disse...

bellissimo historia
gostei muito.
prbns e muito sucesso
pra vc .

Bruxinha disse...

olá quase chorei lendo seu post!rsrsrs
adorei seu blog!
se quizer visite o meu tambm!
http://leticiameirellessb.blogspot.com/
;)
:*

Alane Reis disse...

Essa coisa de personificar coisas e animais sempre acaba mechendo um pouco com minha cabeça, me faz pensar sobre que os outros seres possuem a respeito do mundo, momentos de loucura, se é que você me entende...

Parabéns voc~e escreve muito bem e seu blog é ótimo, li os outros textos também e gostei de todos. Se tiver interesse dá uma olhada no meu, participa das discussões, um abraço.

http://doquequiserfalar.blogspot.com/

womanrock disse...

Olá.Gostei mt da história que escreveu.Seu blog é mt bem feito.Parabéns
Bjsss

http://www.zeroporcentoangels.blogspot.com/