segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Verão e Inverno

Quando chove é alegria
Quando chove é inundação
Por aqui nunca esfria
Aqui casaco é todo dia

Meu céu tem estrelas
A via-láctea só vi em livros
A luz acaba a Lua clareia
Se escurecer nem percebo

Só tenho um vestido
Preciso comprar outro blazer
Na praça estam apenas as folhas
O bar esta cheio

Mês que vem me caso
A vida é fúlgais para matrimonio
Tomara que ele volte
São todos iguais

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Para dias comuns

Pegue duas doses de intolerância
E misture com bom senso perdido
Não se esqueça de adicionar inveja após um riso esquecido
Deixe de molho por uns minutos
E logo após umas pitadas de qualquer esperança
Levar ao fogo alto ou o que tiver de chama
Sal a gosto

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Casa




Na casa
Tem cadeira
Tem janela
Um retrato
vidas em outras vidas
Pedaços de primavera

Tem paredes
Ah, as paredes
Se falassem, ditas cujas
Gritariam aos montes
Das cenas que já testemunhou
Por entre suas tintas e cimento

Sinos a badalar
Coração dilacerado
Enganado ferido cansado
Surge outros toques
Cheiros se espalham

Quem casa
Tem casa
Tem um caso
Para um acaso
Ate que a morte os separe


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Duas vidas



Francisco
Menino que pula e brinca
Se esconde e quebra brinquedos

Fernanda
Pega a boneca e brinca com os pincéis
Mexe as tranças e canta feliz

Mais alto
Pixote
Vira o copo e veste a farda
Jura voltar com cinco estrelas
Orgulho da família

Formada
Esbelta
Levanta a mão e sobe as escadas
Olha o relógio
E corre para não se atrasar

Cansado
Tira a gravata e beija a esposa
O jornal e seu leite
Troca umas palavras e dorme
Casada
Abraças as crianças
Promete que volta pro jantar
E parte para mais um plantão

domingo, 18 de outubro de 2009

Desabafo para o Tédio

O que espero
Dos dias que me acompanham
Do que se espera
Das próprias pessoas
Uma falsa modéstia
Melhor passar adiante

Tudo passa
Ate mesmo essas palavras
Que percorrem essas linhas
Passam
Mas não esperam

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Traquinagens




Se assim fosse
Tomava suco de caju
Subiria no pé de goiaba
Pulava o dia inteiro
Cabularia aula pra pescar
E com o troco do pão
Te daria um beijo e um doce

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vinte e Três

Lembro eu
Uma vez
Quando tinha vinte e três
Que o tempo ainda era nada
Do infinito dos dias das vidas que contei

Os passos ainda eram largos
E o rosto macio pela lucidez
Deslizava nas primaveras alheias
Cheirava Roma e Dias Aléns
Pousava em tecidos coloridos

Cantava para mim mesmo
As canções pra encantar o momento
E muitas vezes,
Cantava pra ninguém

Sonhava acordado, o infeliz
Por vinte e três noites adentro
Entrando em outros sonhos
Imaginando outro mundo
Aspirava vôos impossíveis
Mesmo com os olhos vendados

Olhava no espelho e ria
Hoje olho e entendo
A fruta da mocidade
Nunca me enganava
E uma certa certeza, as vezes
Em mim pairava

Pensava distante
Anos a mais em mim
Talvez
Anos que nunca tive
Surgiram aos montes
E todos eles nunca assumi, mas acreditei

E vinham os versos, o verbo
Se fazia nos olhos e perna, o caderno, testemunha
Se um certo poeta
Um dia eu o procuro de novo

Lembro eu
Em outros tempos
Hoje não lembro mais
Quantos anos mesmo?
Já não importa
Os outros ficaram pra traz

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ponte em verso




No seu lugar
O sol surge todos os dias
Junto com as ondas
Que levam as pessoas de outros cantos
Para outros cantos


Por aqui
O sol se esconde entre prédios
As pessoas correm com o tempo
Esfregam constantemente as mãos
Tomam café e comemoram em mesas
É a vida frenética noturna

Se sol e cinza se casassem
Seria um acontecimento sublime
Arvores espalhando flores
Em casas e apartamentos se ouviria o sopro do vento
Sua janela seria uma porta
Para um novo verso

sábado, 19 de setembro de 2009

Crônica de um Nome

Era uma vez um nome. Certo dia, vogais e consoantes resolveram trair o conjunto das letras que formavam as palavras e desde então as coisas nunca mais foram as mesma ( acredite). Pois se antes as coisas já estavam fora dos eixos , agora e como se pequenos sinais gráficos modificassem completamente o rumo dos acontecimentos de existência daquelas pessoas que precisam usar aquelas letras e alfabetos.

A Comissão da Ordem do Equilíbrio, em rigor desde a queda de Babel, tentou em vão descobrir quem ou quais as letras, foram as responsáveis por esse ato de vandalismo. Mas já estava feito, era algo que não teria mais volta. Agora por onde se passava tinha alguém ou algo modificado, nas ruas principalmente, as pessoas das mais instruídas as mais necessitavam não eram como antes, falam e grafavam tudo de uma forma esporádica. O mal já estava feito. Assim o mundo foi sendo modificado. Os anos iam se passando. Passaram-se muitos. O que se sabe ate esse momento é que o Nome não é o mesmo, quer dizer , nunca foi. Desde o dia da troca de luas , nunca se sabe seu verdadeiro paradeiro e principalmente , de onde vem a fonte incessante de neologismos que tanto se difunde durante os séculos.

Agora estamos em um apartamento de uma grande metrópole, de uma cidade fictícia brasileira, mas poderia ser em qualquer lugar do mundo, pois em toda parte tem pessoas com suas vidas normais, empregos pré estabelecidos, prazos, doenças, dentre outras coisas que ocorrem com qualquer mortal. Durante o dia tem sua vida rotineira normal, como qualquer outra pessoa. Mas durante a noite , quando o sol se esconde e a lua , meio tímida, coberta pelo cinza daquela cidade e as luzes resolvem ilumina o restante do dia surge Ela se revela. Se chama F, a bela F, esse lógico não era seu verdadeiro nome, mas por precaução ela tinha mais três . Provavelmente tinham outros. Quando enfim a calmaria pairava sobre aqueles cômodos e os moveis já utilizados para o devido uso, Ela soltava seus cabelos e num gesto automático, era outra pessoa, porem com a mesma face. Estou aqui para te mostra o verdadeiro caminho da perdição, disse Ela , não entendo, já faz mais de seis meses que nos conhecemos e você nunca me disse seu nome , isso não existe, Você sabe meu nome , Mentira, você sabe que esse não é seu nome. Não sei por que você da tanta importância pra isso, é apenas um nome , estou aqui , isso é o que importa oras, Não me faça de bobo, uma hora ou outra terei que saber qual é seu verdadeiro nome. Pra a infelicidade dele, nunca soube do verdadeiro nome que carregava mulher, mas por um outro lado, o marido dela , também nunca soube do caso e ate hoje dorme com total consciência de dever comprido. Verdade seja dita, o fato se consumiu e se dissolveu em mais um labirinto do anonimato com seus nomes inventados.

A medida que as coisas iam com seus progressos , civilizações, revoluções, as pessoas faziam de tudo para esconderem sua verdadeira face encobertas de tinta ou sobrenomes pitorescos. Talvez seja seja preciso esconder para poder ter um certo prazer no que não tem quando se esta vivendo sua vira , talvez não. Dizem os mais bem informados sobre o caso do paradeiro do verdadeiro Nome , o responsável por toda essa mistura de letras e significados, foi visto em um pequeno Café com algumas revistas e livros, já aparentado uma certa idade, mas com um ar de sabedoria e cansaço. Folheava algumas paginas e rabiscando em seu pequeno caderno de notas. As coisas não eram como antes. Agora tinham computadores e essas coisas de modernidade e praticidade ou somente a pressa de fazer o momento. Após uma pequena pausa, ele olha ao redor. Algo esta para acontecer ele sabe disso. Rapidamente ele arruma suas coisas , deixa sua conta e corre por aqueles ladrinhos . ele corre o mais rápido que pode, mas suas pernas não são como antes, e seu corpo também não. As pessoas passam despercebidas pelo o que esta acontecendo. Nesse exato momento, elas esta com suas camisas preenchidas com frases ao qual remetem a algo que nem elas sabem o que significa, mais uma armadilha que o próprio que esta agora correndo inventou ironias da vida. Ele tenta varias saídas, mas não tem onde se esconder. Estava cercado pelos quatro cantos. Suas ultimas palavras, tem direito a um advogado caso não tenha um. Ele apenas ri com seu sorriso meio amarelado e meio branco como uma simples folha que espera que seja transformada em uma palavra mesmo não sendo verdadeira para uma certa literatura ou simplesmente para um verso de uma pessoa que precise desafogar ou demonstrar suas ideais. Ele apenas sorri desse jeito. Ele , os caras que os cercavam , não entenderam o que estava ocorrendo. Tão rápido foi o disparo que nem deu pra pensar o que teria acontecido com ele. O que se sabe foi que o tiro foi certeiro. Ele apenas olhou para suas mãos , suas eternas companheiras e cúmplices de toda essa bagunça da vida, olhou para o alto e sorriu. Em uma fração de segundos como se um vaga-lume passa Por entre a retina , ele se evaporou. Todos ficaram pasmos, Como ele fez isso, seria mágica, seria humano, ninguém respondeu, mas todos sabiam muito bem a resposta, todos já utilizaram da ajuda ou já foram em algum momento de suas vidas parte dele.

Após isso, veio uma pequena garoa. Foi a deixa para saírem daquele local. somente o silencio sabia para onde ele iria ou estará. Como um fim gera um começo, outros propósitos e conceitos , letras, códigos,diálogos iam sendo criados, pois era um eterno ciclo .

Em um prédio de uma grande cidade, em alguma parte , esta Ele , um jovem com seus vinte e alguns , carro do ano e bens falando ao telefone. Negócios, agora era Ele o herdeiro daquelas significâncias que seu pai deixara apor seu misterioso assassinato, letras negócios, filmes, modelos, negócios, pessoas. Era uma vez um nome.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cartografia

Quando ela sorriu
A brisa de sempre soprou
Nos seus cabelos me cobriu
E a minha camisa ela jogou
As cores mais quentes nunca sentidas
Sentida, te descabelei

E eu que era segunda
Virei uma quinta de Setembro
Em cada mordida, um segredo
Em cada riso, um verso
Te descobrindo
No seu dia a dia
Desbravando

Você se foi
E eu fui junto
Nos caminhos nos perdemos
Nas trilhas da infinita perdição
Só assim te conhecendo
nas ondas dos teus cabelos
As bandeiras de Setembro

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Esferiográfica ( o pedido)




Adequado
Seria eu falar das mentiras
Inventadas para os outros viverem

Impróprio acho
Uma palavra morrer
No fundo de uma gaveta

Por favor
Se gostas da palavra
Não jogue esta caneta

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O chiado de Maria

Maria chiava sem frescura
Porque lá todo mundo chiava
Mas ela voou para outros lugares
Em busca de alegria.

Aonde chegava todos falavam
De onde veio esse chiado?
Maria sorria e respondia
Mas questionava esse chiar

Eles riam e apontavam
Maria não entendia
Por que falam tanto do seu chiar?
Só porque chiava diferente?

Por um tempo Maria parou de chiar
Mas viu que era bobagem
Pois seu chiar fazia parte dela
E fez canto do seu chiar

Muitos o admiraram
E começaram a falar
Surgiram outros chiados
Pois cada canto chia seu lugar

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Passatempo em Boaventura




Uma folha sobrevoa
E pousa
No domingo a tarde

Triste assobio
É capaz de acordar
O mais inóspito coração (?)

Pirilampo de Abril
Zumbe e clareia
Naquela momentânea solidão

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Prato vazio

O prato vazio
Estou com Fome
Estou
Com
Fome
Quem vai acabar com a fome?

O prato vazio
Prato
Sem farelos
Vazio
Prato vazio prato

Pra viver
Sobre viver
Viver
Há de haver comida pra todos
Difícil acreditar
Pois ainda estou com fome
E em toda a parte
O prato vazio esta

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Caruso


Lembro da primeira vez que ouvi falar dele. Ainda estava no colegial quando o nome já estava associado a pessoa e seu potencial, pois não estou falando de qualquer um e sim do lendário Caruso. ele tinha algo que a maioria dos homens ( inclusive eu) almejavam : conquistar as mulheres. Com seus cabelos crespos e jeito simples de falar, carregava por onde anda um livro e suas historias que a cada dia se misturavam com ficção e realidade, isso junto com o grande mistério que cercava sua vida, muito se falava, pouco se sabia.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

After Walking



Sometimes
I walking in clouds
And thinking
In raining droughts
I fall in sleep
Fall in love

The last word
That I don’t say
Become lonely
And last day

Sometimes
I just look
Sigh
And ask the wind
In and out
In rest things
Flowing life

segunda-feira, 27 de julho de 2009

7:00

Escrevo
Porque gosto de ler
Leio
Porque preciso escrever

Amo porque sofro
Sofro
Pois o que sinto
Não se define
E escrevo

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ode á Amizade








Aos meus caros amigos
Estendo o tapete da lealdade
As palavras mais bobas
E uma certeza que um laço amigo
Nunca se rompera

Aos amigos de sempre
Nos momentos da mocidade
Dividiram os momentos mais fiteis
E os mais importantes
Para o menino arredio de ontem
Torna-se um homem sensato

A amizade verdadeira
Não se aluga ou negocia
É espontânea e simples
De valor inestimável
Quando se é encontrada
Pessoas em poucos casos

Das mãos que estendo
Estão nos dedos as que chamam de amigos
O abraço so reforça
O quão eu os respeito

O amigo
É o que te ensina
A compreender e pensar
Nas coisas em sua vida
É o que vai estar
Se estas alegre, ele ri também
Se estas com alguém
Mesmo esquecido. Ele esta ali
E quando o amor lhe esquecer, ele esta ali
Mas é na tristeza
Esse sem duvida
Provara sua amizade

Amigo que torce
Que sempre apóia
Amigo perdido
Esse é que mais fere
Se vai ou parte
Pra sempre

Por ti
Nem ouro , nem prata
Não trocarei o teu apreço

Deixo nessas letras
a semente da amizade
Amigos nunca os esqueçerei
eternos


amigos

domingo, 12 de julho de 2009

Morro do Sabiá




Aqui
É o lugar mais longe do mundo
Mais é o mais próximo de muitos

As casas são todas juntas e descoloridas
Tem faixas simples
A calçada é de pedras e sem razão

Tem gritarias das vizinhas
Foguetes avisando achegada
O avião que circula sempre
Confunde-se com as pipas
Que do céu desce pro chão para avisar
Começa a correria

É singelo pela própria palavra
O equilíbrio distante esta no seu dia a dia
Das lavandeiras e meninos
Que fazem e perpetuam sua sina

Apesar das cinzas
Também tem batucada
Mestre sala e Porta bandeira
Todo dia um coro sempre a cantar
Essa tal felicidade que tanto se busca e se lamenta

Tudo isso
Mistura-se com os bondes
Prédios, semáforos
Dos braços sempre abertos e desamparados dos monumentos e pessoas
E das luzes e praias daquela cidade

sexta-feira, 26 de junho de 2009

6 Anos




Quando eu crescer
Quero ser cientista
Inventar a cura pra cura
Pra sarar os problemas da vida

Quero entender meus os meus pais
Por que moram em outras casas
Será que gostam de mim?
Ou entrei sem querer nessa história

Queria entender a fome
Que está em toda parte
Quase ninguém percebe
Estão morrendo as pessoas

Por que falam tanto de amor?
Não entendo essas pessoas
Choram e riem toda hora
Amam sem saber se os adoram

Quando eu crescer..
Não sei, ainda sou criança.
Giro o peão e estou feliz
E adormeço com riscos de giz.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mariana adora o frio




Mariana adora o frio
Mesmo sendo tropical
Entre junho e agosto
Tempo de Inverno
Enquanto portas se fecham
Ela escancara seu armário

Entre um moletom e outro
Não deixa nada lhe abater
Calça as botas
E as luvas
Que sincronizam com sua leveza matinal
Seu cachecol é leve e quente
E os cabelos
Combinado com suas ondas morenas
Perfazem e se alinham a beleza juvenil de sempre

Uns esfregam as mãos
Outros solidão
Em carros , somente o sereno
Nas padarias
cafés
Nas ruas, o vento
E ela ri
Assopra pra ver a fumaça do frio
E como é gostoso o conforto
Das coisas simples da vida
Enquanto o tédio se alastra na cidade
Mariana ri

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dia Doze



Se tem uma data que causa problema é o doze de Junho.sofre todo mundo. Quem tem alguém sofre por causa de uma opção para escolher o presente para o amado. Quem não tem ninguém, reclama e faz ilusões como seria feliz e perfeito esse dia , com passeios , muitos beijos, afagos daqui e o dia inteiro pela frente, ah como é bom e gratuita a ilusão. Pois bem , estavam em uma longa fila para o restaurante no dia doze de Junho aquele fictício casal, ambos muitos alegres e cheios de vida.

 Ele usando seu melhor perfume e roupas, especialmente para aquela ocasião. Ela, como qualquer uma dominada pela paixão, estava enfeitada com colares, brincos, pulseira e ademais acessórios indispensáveis para uma mulher que faz questão de passar e demonstrar a outras de sua espécie que é a mulher mais amada daquela noite e que a inveja das outras seja sua vitoria, mais acima de tudo , com muito amor e classe. Apos feito o pedido da refeição, ele repara que ela não para de olhar para ele.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sol e Chuva



Chuva molha
Sol evapora
Esquenta o dia
Anoitece esfria

Dançavam e se divertiam
Sol e Chuva cantarolavam
Se entendiam consentiam

Natureza não gostava da brincadeira
Então soprou sol e Chuva
E se transformaram em flores
Viraram cores
Ganharam cheiro
Nasceram frutas
E se espalharam pelo ar

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Um Dia






A praça, meu cigarro.
Penso que as horas me enganam
Não sou como antes
Virei um nada do cotidiano

Não tenho sonhos
Não tenho nome
Me chamam de fedorento
O futuro? Deixei por ai

Os pombos são meus amigos
As pessoas estão apressadas
Jogam moedas
Mas isso não resolve minha vida

Se me vires por ai
Só diga como estou
Então ganharei um dia
Pois os outros não tenho mais

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A Brisa e o Catavento



Cata vento
em tempos de calmaria
voa as folhas secas
nos cabelos longos daquela menina.
Sem pensar em nada, suave.
Perfeita harmonia

É so fechar os olhos,
e respirar.
Sentir a barulho mudo .
Suave e calma Brisa
fim de tarde
viajar
ainda sorrido 
amando.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Concurso de (In)significâncias



Uma miss ía disputar o seu concurso mais importante, o de Miss Algumacoisa, representando o seu país, mas ela não contava com um imprevisto. Um dos seus vestidos rasgou na hora em que iria entrar no palco, não dava tempo de costurar, ja estava preocupada com o desfile e logo agora que o bendito do vestido foi rasgar! Sem muitas opções, olhou ao redor do camarim, onde outras participastes já estavam como loucas disputando um melhor espaço entre o espelho , só agora notara a grande loucura envaidecida onde estava inserida a qual se preparava desde pequena.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Número Binário



O tempo
As folhas
Brisa suave
A metade de laranja
Faz falta o fim de tarde

O vento
Se ainda sou jovem
Porque pensar no amanha
se hoje é o meu dia?
Ainda quero ser alguém

Respiro fundo
E penso
E ,Mais uma vez
 sonho, sinto
E tudo me vai removendo
Se repete
Se consome
Me engana
E esqueço mais um vez

e tempo
o vento
as folhas
as livros
as vidas
o vento.....

domingo, 19 de abril de 2009

Gaivota




Voa gaivota
E esquece um pouco do bicho
Que te prendeu
Que tanto te desprezou

Olha um pouco pro mar
O quanto é imenso
Nem repara na bagunça que fizeram
Com lixo do bicho

Peixe que solta
É o mesmo que bóia
Água tão clara
Escurece aos poucos

Verde como a bandeira
Amarelo com vergonha
Não vê que estão acabando
Com teu próprio mundo?

Só voa gaivota
Encontra-se com outras
E sonha
Pois isso ninguém lhe tira

sábado, 11 de abril de 2009

Cenas de um Casamento


Os convidados  se alinham em uma sala de eventos, formando uma considerável fila para cumprimentar a bela mulher que esta celebrando um dos momentos mais bonitos e porque não , mais esperado de sua vida : o casamento.
Mal tinham completado dezessete, quando se conheceram. Ela acabara que sair de um relacionamento de dois anos, jurava para as amigas que após tanto tempo ter  suportado desilusões, mentiras, prováveis traições e tantos outros boatos sobre seu ex, que prometera se dedicar somente aos estudos  e , quem sabe , a rápidas aventuras, sem compromissos, uns beijos, uns copos,e um talvez  te “vejo por ai’’ .

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Acorda Raimundo!

Acorda Raimundo!

Acorda Raimundo!
Levanta e esquece a rede
Come com manteiga e pega sol
Que já passou das cinco

Cava, cava, cava.
Sua, porque o dia nem começou.
Ainda tem um muro pra levantar
Pega a enxada e recomeça

Meio dia, marmita.
A barriga vazia
Come e nem sente gosto
Cochila, mas esquece a sombra.

Anoitece ouve seu radio
Francisca espera aflita.
Fala da novela e da vida
Joga fumaça e finge que entende

E longe de tudo
Raimundo só quer esquecer um pouco
Do resto que lhe tem
Do nada de onde veio
E descançar.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Rua dos Alagados






Não é um lugar muito difícil de ser encontrado, mas também não é freqüentado pelas classes mais nobres da cidade. Estou falando da Rua dos Alagados. Sim, Rua dos Alagados. Paralela com a Avenida da Angustia, encruzilhada com a Rua da Esperança, perto da esquina Acredite se Quiser.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Cidade Cinza ( possível romance)





Prólogo



Meu corpo ainda estava em estado provocado pela inércia do sono, quando um barulho de um aparelho telefônico assola meus ouvidos. A principio, ignorei, me virei em oposição ao aparelho tentando voltar ao estado de outrora. Mas é difícil enganar os sentidos já(despertos. Após alguns minutos olhando para o próprio teto, tomei fôlego, olhei para o numero e atendi. Como, ainda não acordou? Não sabe que horas são? È feriado, seu bobo! Bem, não demore ta? Estou te esperando aqui em casa, Tenho uma coisa pra te dizer, É assunto de vida ou morte, Agente se vê ta? Beijo. Isso era hora para ligar? Não tardou muito, após alguns instantes, liguei a TVtentando encontrar algo para distrair uma parte ainda mortificada pelo sono. O primeiro canal que vejo, fala sobre uma seita a qual muitos da minha cidade, ou talvez, do próprio país pratiquem. Mas não estava com vista , nem paciência para essas coisas. O segundo era uma reprise de um filme, o qual tinha grandes cenas de violência e apologias picantes. Já os outros canais falavam do mesmo assunto que já estava cansado de ver; pois todo ano não se falara de outra coisa. Nos quatro cantos festejavam, prolongavam os dias de descanso no intuito de aproveitarem essa grande data que todos se orgulham, pois mais fúteis sejam os motivos.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

O Bloco



Brasa nos pés,
Corpos se confundem na multidão
Gritam, saldam a alegria
Misturam-se pela avenida

Antes eram mascaras,
Hoje são meras camisas
As tintas já não servem mais
Foi-se o tempo das fantasias

Mas ainda há Pierro
Buscando sua Columbina
Existe uma melódica marchinha
Que ecoa entre tanta euforia

Onde estas?
Por ai
Queria te ver
Mas isso não e problema
Sim, pois há tantas luzes que te rodeiam
Também não te encontro entre bandeiras

E o povo segue a cantar
Refrões que, em breve, irão se modificar
Garrafas se misturam
Entre paralelepípedos
Que a cidade lapidou em outrora

E assim vai passando
Mais um samba popular
Que transmuta entre as bocas
Mais um coro a cantar
Fazendo em versos
Uma alegria fugaz
Mas necessária
Para podermos respirar

Pois logo são cinzas
Que de tudo vai sobrar
Logo tudo se acaba
E logo tudo voltará
Então abra alas
Vai passar!



domingo, 15 de fevereiro de 2009

Apenas Anônimnos




Durante muito tempo, se entreolham , trocaram rápidas palavras sobre a primeira coisa que vêem a mente ( quase sempre falam sobre o tempo , como esta o que feito de bom , perguntas fúteis , mas precindiveis para sobrevivência humana). Isso sucera quase sempre por aquela fresta. Sim , não deixara de ser um lugar comum, ao qual eles começaram a criar um tipo de vínculo, talvez uma possível amizade, mas acima de tudo , não passavam de anônimos, pois suas vidas ficavam camufladas sobre suas palavras. Mas com o decorrer do tempo, começaram a ter uma certa aproximação, fato do qual nunca se podia ser imaginado por eles, pois não passavam de meros rostos que se não fossem certos artifícios modernos nunca iam se conhecer.


começaram a falar de suas vidas, aflições, traumas, sonhos. foi entao que descobriram que tinham muita coisa em comum .Nunca se podia imaginar coisa igual de meros desconhecidos dispersos entre seus mundos. Mas veio algo que surpreendeu: surgiram sentimentos, fato ao qual nao se espera nesses casos, pois antes mal falavam sobre esses assuntos , muitos menos sobre desejos ou fantasias.


fato é que anomimos ( salvo excessões)sempre serão anonimos. Sempre se esconderão por entre outras faces, pessoas, nomes ou qualquer outra faceta que convir em suas mãos ou palavras. Foi entao que ambos viram que a única maneira que restou para que isso não se tranzformasse em uma grade catrastofe pessoal,foi voltarem a seus mundos normalizar as coisas, ou seja, votar a realidade. O que aconteceu nao passou de devaneio, talvez fraquesa da alma
coisas mortais. pois por mais que uma pessoa cruze ruas , janelas, trens e demais acasos , anonimos sempre serao anônimos

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Moço



Moço
Que comprar uma bala?
Por favor, ta baratim
E pra comprar meu almoço
Juro moço
To desde cedo sem comer

Minha mãe?
Sei não moço
Ma largo no mundo
So filho da solidão
Me chamam de sem teto
Sem afeto
Não gosto da rua mas já me acostumei
A cume e respirar o que vocês tanto fazem questão de ignorar e desprezar

Ah sim já ouvi fala dessa tal de escola
Sempre sonho com isso
La também tem criança ne?
Adoraria escrever meu nome

Moço o sinal vai abrir
Queria uma casa pra morar
Também queria uma família
Não moço não vo cheirar cola não
To falando a verdade to com fome

Mas num esquece moço
Que to em toda parte
Enquanto você fecha os vidros
Eu sempre estarei por ai
Pedindo limpando
Num sinal fechado

sábado, 24 de janeiro de 2009

São Paulo




Agitada cidade
Buzinas, fumaça
A pressa, as luzes.
É sua marca

O frio que penetra
Da preguiça e aconchego
Solidão em pontes
São muitos os esquecidos

As vozes, as caras.
Erguem e derrubam constantemente
Acolhe e valoriza costumes
De pessoas tão diferentes

Cidade de muitos
Porém, poucos vivem.
O trabalho, seu lema.
O feriado, sair urgentemente.

Tudo em demasiado
Cultura
Trabalho
Pessoas
Trânsito
Violência

Quem chega se admira
Odeiam, adoram e ficam.
Uns só de passagem
Na metrópole adorável

sábado, 17 de janeiro de 2009

Contato ( Adeus Verônica)

Por entre as frestas
Temos um contato
Estarei na espera
Para concretizar o fato
No tato

Logo nos vemos
Um lance de olhares
Aos poucos mostras sua verdadeira face
Palavras não são como antes

Deveras não foi como pensávamos
Foi bom o quanto durou
Gostei de você
Mantenha contato
Uma hora agente se vê

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Pescador



La vai ele
Com o rosto de sempre
Com as mãos calejadas
Na jornada continua

No caminho das águas
Seguem muitos constantemente
Em busca do sustento
E da sua própria sobrevivência

Jogar a rede e esperar
É assim todo dia
Uma hora eles aparecem
Jogar a rede e esperar

São muitos
Que do oficio vivem
Não tem sonhos ou virtudes
Só sussurram e bebem
E jogam as redes

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Amanda

Te dou um nome
Finjo que é mentira
Até esqueço que sou outra
Me abraça, mas não aperta muito.

Olho de lado, mas respondo.
Pega na minha mão e sente
Reage quando falo contigo
É como se fosse à primeira vez

Quando eu beijar, morda.
Não devora, deixe um pouco.
Me conduza, mas sei onde estou.
Respiro e volto ao começo.

Fale besteiras
Meu sorriso é verdadeiro
Me responda só de me olhar.

Eu grito você se vira
Choro, mas não entendo.
Outra noite te encontro.
Ignoro
E bebo de uma vez.

Promete que muda? ....sei
Ficam tão bonitos em mim!
Assim eu fico sem jeito
Promete que é nesse ano?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O Sol e outros fatos..

Era um dia como qualquer outro naquela cidade habitada por tantas pessoas com seus trajes tradicionais. os relógios marcaram os passos daqueles que traçavam seus caminhos pela rotina que já os dominaram desde os tempos que as primeiras maquinas que soltavam uma enorme fumaça aos quais já cobriram o manto daquele lugar. Com o tempo foram surgindo outros instrumentos para a massificação dos gestos mecânicos como teclas ,luzes, mudanças de cores um simples ah tudo bem?

os homens não mudaram muito. Continuam os mesmo. So ficaram mais rígidos e mais rápidos. Mas perderam as belas palavras que tanto fascinavam as pessoas principalmente aquelas moças as quais sonhavam com um deles que surgissem do nada com flores e revoluções que tanto habilitaram suas fantasias. Sim as mulheres essas sim quanta mudança....hoje também já não ficavam as suspiros e colecionando panelas e vestidos. Era incrível como mesmo tão parecidas se modificaram e ganharam de uma forma latente como se os séculos estivessem dizendo – olhe elas estão por ai eu avisei’. Pobre daqueles homens. Não acreditaram tão sensíveis e sutis foram eram aquelas figuras que tanto menosprezavam e que o único uso era de seus momentos frívolos habituais

So mesmo as crianças que de uma forma inexplicável se sobressaíram a esse momento. Falavam eloqüentemente a língua que muitos dos já formadas pessoas não queriam entender. os sonhos ainda existiam para elas.o amor por tudo e suas curiosidades e inocências eram suas armas para continuarem vivendo naquela atmosfera.

Mas de repente paira sobre aquele lugar um raio de sol. Sim era mesmo o sol; não o vento ou neblina que tanto vigorava por La. Eram raios de alegria. Os homens foram os primeiros a se perguntarem do tal acontecimento. So ouviram falar disso em livros ou em musicas que em outrora faziam partes de seus cortejos, armas de amantes para despertarem paixões de suas juventudes. As mulheres não ficaram de fora: com a mudança de temperatura foram de imediato ao seus armários. Escolheram meus melhores vestidos. Roupas de verão, que tanto ansiavam usar, ao qual envolviam suas belas formas, dando uma nova vida em suas almas.

Com a intensidade dos raios, também crescia-se a temperatura . Logo os ternos e vestes habituais foram imediatamente substituídos por roupas totalmente quase desconhecidas naquele lugar. Foi então se surgiram àquelas mulheres que desfiavam com tanto gosto, como se ironicamente, foram surgindo outros pensamentos nas mentes daqueles homens já cansados pela circunstância. Com isso se aproximaram dela. Lançaram olhares, como se travassem uma batalha com suas espécies. Formou-se um tipo de mudança, uma dança ao qual eles troaram o passos, suspiros, confissões, anos guardados em seus corações. Abriram-se e se afastaram, travaram um briga as mais baixas palavras que se possa imaginar. Mais o sol insistiu em invadir naquele momento. Estavam todos suados. Cada vez mais percebiam a forma escultural aquelas mulheres, que por anos se escondiam entre suas casas. Então eles se reaproximaram ganhados de suor, trocaram juramentos, desculpas, carinhos , malicias. Começaram a trocaram beijos pela rua. Em instantes cada um foram para suas casa ou para um lugar mais escondido possível para concretizarem o qual tanto queriam fazer por tanto tempo e que o calor se ascendera em seus corpos. Ouve gritos, barulhos, uma tempestade de emoções se alastrou por aquelas pessoas por varias horas como se fosse a ultima de suas vidas.

Os poucos o sol foi se escondendo. Todos estavam cansados, porem felizes. E aos poucos gotas foram surgindo pelo chão, um temporal se aproximava para reaproximar o tempo com a terra. Enquanto eles dormiam abraçados, varias crianças corriam pelas ruas , pulando , rindo de tudo, inventando outro dia.’