Acorda Raimundo!
Acorda Raimundo!
Levanta e esquece a rede
Come com manteiga e pega sol
Que já passou das cinco
Cava, cava, cava.
Sua, porque o dia nem começou.
Ainda tem um muro pra levantar
Pega a enxada e recomeça
Meio dia, marmita.
A barriga vazia
Come e nem sente gosto
Cochila, mas esquece a sombra.
Anoitece ouve seu radio
Francisca espera aflita.
Fala da novela e da vida
Joga fumaça e finge que entende
E longe de tudo
Raimundo só quer esquecer um pouco
Do resto que lhe tem
Do nada de onde veio
E descançar.
10 comentários:
Seu poema retrata muito a vida cotidiana de algumas pessoas do sertão nordestino.
Gostei...
Muito obrigado pela visita e por ter deixado sua opinião...
grato
Gostei dos seus textos. =D Parabéns... Tu tem um jeito simples de tratar coisas que não são tão simples assim.
Tem atitude mais nobre do que fazer um protesto de uma forma tão bela?
Sou Raimundo (a).
Com certeza.
Um beijo.
De nada, moço.
Volte sempre, que eu voltarei aqui, também.
Maravilha de poesia!!! A vida de milhões exposta com perfeição e com belos versos...
Entrou para meus favoritos.
Abraço!
muito bom,parábens!
simplicidade mágica.
Acorda gente, acorda gente que mal dormiu, e como a camida dormida... me senti meio Raimundo
Bem legal essa poesia =) Muito boa
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