sexta-feira, 3 de abril de 2009

Acorda Raimundo!

Acorda Raimundo!

Acorda Raimundo!
Levanta e esquece a rede
Come com manteiga e pega sol
Que já passou das cinco

Cava, cava, cava.
Sua, porque o dia nem começou.
Ainda tem um muro pra levantar
Pega a enxada e recomeça

Meio dia, marmita.
A barriga vazia
Come e nem sente gosto
Cochila, mas esquece a sombra.

Anoitece ouve seu radio
Francisca espera aflita.
Fala da novela e da vida
Joga fumaça e finge que entende

E longe de tudo
Raimundo só quer esquecer um pouco
Do resto que lhe tem
Do nada de onde veio
E descançar.

10 comentários:

Siento que me miran de cerca disse...

Seu poema retrata muito a vida cotidiana de algumas pessoas do sertão nordestino.

Gostei...

Glauber Marinho disse...

Muito obrigado pela visita e por ter deixado sua opinião...

grato

Paty disse...

Gostei dos seus textos. =D Parabéns... Tu tem um jeito simples de tratar coisas que não são tão simples assim.

Anônimo disse...

Tem atitude mais nobre do que fazer um protesto de uma forma tão bela?

Lorena N. disse...

Sou Raimundo (a).
Com certeza.

Um beijo.

Lorena N. disse...

De nada, moço.
Volte sempre, que eu voltarei aqui, também.

Anônimo disse...

Maravilha de poesia!!! A vida de milhões exposta com perfeição e com belos versos...

Entrou para meus favoritos.

Abraço!

Pablo Machado Biitencourt disse...

muito bom,parábens!
simplicidade mágica.

LC disse...

Acorda gente, acorda gente que mal dormiu, e como a camida dormida... me senti meio Raimundo

Anônimo disse...

Bem legal essa poesia =) Muito boa