segunda-feira, 2 de março de 2009

Cidade Cinza ( possível romance)





Prólogo



Meu corpo ainda estava em estado provocado pela inércia do sono, quando um barulho de um aparelho telefônico assola meus ouvidos. A principio, ignorei, me virei em oposição ao aparelho tentando voltar ao estado de outrora. Mas é difícil enganar os sentidos já(despertos. Após alguns minutos olhando para o próprio teto, tomei fôlego, olhei para o numero e atendi. Como, ainda não acordou? Não sabe que horas são? È feriado, seu bobo! Bem, não demore ta? Estou te esperando aqui em casa, Tenho uma coisa pra te dizer, É assunto de vida ou morte, Agente se vê ta? Beijo. Isso era hora para ligar? Não tardou muito, após alguns instantes, liguei a TVtentando encontrar algo para distrair uma parte ainda mortificada pelo sono. O primeiro canal que vejo, fala sobre uma seita a qual muitos da minha cidade, ou talvez, do próprio país pratiquem. Mas não estava com vista , nem paciência para essas coisas. O segundo era uma reprise de um filme, o qual tinha grandes cenas de violência e apologias picantes. Já os outros canais falavam do mesmo assunto que já estava cansado de ver; pois todo ano não se falara de outra coisa. Nos quatro cantos festejavam, prolongavam os dias de descanso no intuito de aproveitarem essa grande data que todos se orgulham, pois mais fúteis sejam os motivos.



Logo após desligar a TV, fui para o banheiro e me deparei com minha própria imagem. Meu rosto já estava um pouco desgastado, nem lembrava a pessoa jovem, sonhadora e sem duvida, rústica que fui a outros tempos. Meus cabelos já estavam começando a ficar ralos. A barba por fazer, já se tornara minha marca, já estava estancada em mim, como se fosse um símbolo de minha pessoa. Após tomar algo, me flagro a olhar as janelas de outros apartamentos. É ate engraçado, porque sempre estou a olhar, não só as janelas desses mais de outros conjugados dessa cidade. Fiquei quase obsedado se assim alguns entendidos da mente ou ate mesmo qualquer aspirante diria. Mas tenho a teoria que em cada janela esta se passando uma grande cena, por mais obvia ou cansativa seja. A primeira que avisto esta uma mulher na sacada, muito bonita por sinal, não devia ter mais de vinte e poucos. Estava de pijama, provavelmente deu folga para a empregada, estava limpando sua residência. Nisso fiquei muito tempo admirando aquela moça, fazendo nada mais que uma mulher faz quando esta nos seus afazeres domésticos, mas algo chamou minha atenção: surge por traz dela,duas mãos que acariciam seu corpo, sim, devia ser seu companheiro. Trocam demorados beijos, logo ele sobe sua roupa e a surpresa, estava sem nada por entre suas pernas. Benditas sejam as sacadas de prédios! Que seria da vida de seres insaciáveis em busca de fatos tão necessários como este! Mas não demoram muito, como já desconfiassem de algo , ao por mero costume humano, saem da janela e adentram para consumarem o ato. Fico alguns minutos a imaginar a cena e, como ironia, já estou no meu segundo cigarro. Em cada trago que adentra em meus pulmões, penso que esteja acontecendo outros gemidos ou ate mesmo outras tragadas no outro lado da janela daquele casal que, deveras, começo a ver resquícios de fumaça e uma possível continuação.

Mas já estava a olhar outras janelas; lá pelo meu terceiro cigarro, o ultimo antes das dez, estava com promessas de acabar com o vicio, mas sabemos que vícios sempre nos perseguem e que, não é fácil largar algo que nos deixa em um estado quase tântrico e depreciativo. Cada vez que via as janelas, mais me surpreendia e, de certa forma , me entusiasmo com tais cenas e acontecimentos , por mais triviais que poderiam ser a primeira vista.isso me entretinha nas minhas horas vagas, era meu passatempo, as vezes por brincadeira, me considerava um vigilante de cada janelas dos prédios que minha retina captava.

continua.....

Um comentário:

Kakau Lira disse...

Li e gostei. Escreves muito bem... Espero poder voltar e vê esse romance continuar!! =D Esteja a vontade pra me visitar também... Abraço!!